quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ideias absurdas - Parte I

A leitura de 1984 me rendeu várias ideias - e vários posts, talvez nem todos passíveis de publicação.

Estava pensando esses dias no alvoroço dessa época natalina.
Uns correndo atrás de presentes, gastando horrores, entrando no cheque especial, se acotovelando em busca do último pacote na prateleira.
Outros preocupados com as boas ações porque "Natal é época de fazer algo de bom pelo outro e blábláblá".
Outros desesperados para aumentar o faturamento do ano, para ganhar mais dinheiro e se sair melhor do que no ano anterior.
Outros, ainda, enlouquecidos para conseguir fazer tudo que não fizeram durante o ano todo e que, agora resolveram, TÊM que concluir nos últimos trinta dias - depois de mais de trezentos e tantos jogados no lixo pensando "ainda tem tempo".

Por que não se mexeu antes? Por que não comprou presentes aos que você gosta durante o ano, porque não fez boas ações o ano todo? Por que não correu atrás do prejuízo antes, porque deixou tudo pra última hora?

Uma das ideias de 1984 me parece interessante agora: no livro, não há passado, ninguém sabe em que ano estão, nem pra onde vão nem o que aconteceu. Todos acreditam simplesmente na notícia que é disponibilizada no dia. Ninguém trabalha e vive para um começo e um fim, todos trabalham normalmente e vivem todos os dias simplesmente como um dia após o outro. Porque precisamos que um ano termine e o outro comece? Porque precisamos da correria louca de Natal, da desculpa da data para querer resolver todos os nossos problemas e pendências?

Será que as pessoas realmente acreditam que o término de um ano e início do outro vão mudar alguma coisa? O que é um ano, afinal? E se todas as contas estiverem erradas e, na verdade, um ano não tem 365 dias? E se o ano não tiver nenhuma semelhança com o modelo que adotamos como certo? Qual a diferença?

Talvez o ser humano precise disso. Precise de uma esperança vinda de fora, porque não tem forças suficientes para criar esperança dentro de si mesmo e mudar a situação sem a desculpa de que "o ano ruim está terminando, mas outro melhor virá".

Mera superstição..

3 comentários:

Luiz Fernando Gimenez disse...

Olá MaryAnn!!!
Antes de mais nada gostaria de dizer que estou muito feliz em poder ler seus textos novamente. Apesar de seu blog ter mais de um ano, só tive conhecimento dele agora. Estava com muitas saudades de ler seus posts.
Com relação ao texto, concordo plenamente com tudo que foi escrito. Eu particularmente ODEIO esta época do ano, aliás, eu ODEIO qualquer feriado comercial, porém estes feriados de fim de ano são os piores.
Eu sempre digo que se pudéssemos olhar o mundo do lado de fora nesta época, a visão seria parecida como a de um formigueiro que alguém acabou de pisar em cima, e as formigas começam a sair de sua toca, desesperadas, e começam a correr em círculos, sem saber de onde saíram e para onde vão, simplesmente correm. Esbarram umas nas outras, passam por cima de tudo e de todos sem tomar conhecimento.
Meu único desejo agora é que o dia 04 de janeiro de 2010 chegue logo, e a vida continue, sem alterações...

Anônimo disse...

Marianaaaa, te achei!
Muito legal o seu blog! Vou ler mais... Já gostei deste post! Outro dia mesmo estava falando das despedidas de final de ano, como se o mundo fosse acabar no dia 31 e renascer depois. Muita palhaçada! Mas hoje, pleno sábado pré natalino, saímos ao centro da cidade... num frio de 1 grau apenas. As lojas vazias, dava até gosto de andar! Espanha está em crise mesmo! Quem sabe uma crise seja um bom momento para pensar no porquê se consome tanto.... Beijos

Mr. Blank disse...

eu gosto dessa época. well.. you know :D!