segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Chuva

Olhando pela janela eu vejo os raios, ouço os trovões; o anúncio de que ela está chegando.

A chuva que vem pra levar as casas morro abaixo, destruir as pontes de concreto que existem há tantos anos, cortar as comunicações.
A chuva que causa o caos, que separa, que traz tristeza.

A chuva que vem pra estragar a brincadeira das crianças, levar os chinelos sem par nas enxurradas, pegar os desprevenidos na rua.
A chuva que molha o solo e faz crescer as plantas e lava os carros.

Olhando pela janela eu vejo os raios, ouço os trovões; o anúncio de que ela está chegando.
Um espetáculo da natureza que interage com a sua plateia.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Favorite Quotes - Parte II

"Yes, London. You know, fish, chips, cups of tea, bad food, worse weather, Mary-fucking-Poppins. London!"
quem/ onde: Denis Farina em Snatch, Porcos e Diamantes

"A palavra cria vida e muda a vida da gente e dos que estão ao nosso redor"
quem/ onde: não lembro bem quem disse (e não consegui encontrar a frase em espanhol), mas foi do filme Fale com Ela

"Sometimes I wish I smoked, so you could sneak outside without anybody knowing something's wrong with you"
quem/ onde: Sookie Stackhouse, em True Blood

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ideias absurdas - Parte I

A leitura de 1984 me rendeu várias ideias - e vários posts, talvez nem todos passíveis de publicação.

Estava pensando esses dias no alvoroço dessa época natalina.
Uns correndo atrás de presentes, gastando horrores, entrando no cheque especial, se acotovelando em busca do último pacote na prateleira.
Outros preocupados com as boas ações porque "Natal é época de fazer algo de bom pelo outro e blábláblá".
Outros desesperados para aumentar o faturamento do ano, para ganhar mais dinheiro e se sair melhor do que no ano anterior.
Outros, ainda, enlouquecidos para conseguir fazer tudo que não fizeram durante o ano todo e que, agora resolveram, TÊM que concluir nos últimos trinta dias - depois de mais de trezentos e tantos jogados no lixo pensando "ainda tem tempo".

Por que não se mexeu antes? Por que não comprou presentes aos que você gosta durante o ano, porque não fez boas ações o ano todo? Por que não correu atrás do prejuízo antes, porque deixou tudo pra última hora?

Uma das ideias de 1984 me parece interessante agora: no livro, não há passado, ninguém sabe em que ano estão, nem pra onde vão nem o que aconteceu. Todos acreditam simplesmente na notícia que é disponibilizada no dia. Ninguém trabalha e vive para um começo e um fim, todos trabalham normalmente e vivem todos os dias simplesmente como um dia após o outro. Porque precisamos que um ano termine e o outro comece? Porque precisamos da correria louca de Natal, da desculpa da data para querer resolver todos os nossos problemas e pendências?

Será que as pessoas realmente acreditam que o término de um ano e início do outro vão mudar alguma coisa? O que é um ano, afinal? E se todas as contas estiverem erradas e, na verdade, um ano não tem 365 dias? E se o ano não tiver nenhuma semelhança com o modelo que adotamos como certo? Qual a diferença?

Talvez o ser humano precise disso. Precise de uma esperança vinda de fora, porque não tem forças suficientes para criar esperança dentro de si mesmo e mudar a situação sem a desculpa de que "o ano ruim está terminando, mas outro melhor virá".

Mera superstição..