sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Citação

"It seems to me that all the problems you worry yourself sick about never seem to materialize. It's the ones that catch you unexpectedly on a Wednesday afternoon that knock you sideways." (Alfie)

domingo, 5 de setembro de 2010

Explicando a origem da expressão "Vá brincar lá fora!"

Desde os tempos mais remotos, desde a época do “homem das cavernas”, a expressão “vá brincar lá fora” já era bem utilizada.

Acredita-se que ela tenha surgido por dois motivos: o primeiro refere-se àquele momento em que a cria atingia uma certa idade e o homem-das-cavernas-chefe-de-família passava a achar que a caverna já estava pequena demais para todos eles. O segundo diz respeito ao fato de que, nessa época, a cria não mais permitia que ele arrastasse a mulher das cavernas pelos cabelos pra lá e pra cá, reduzindo significativamente seu tempo de diversão – era tudo que ele gostaria de fazer para desestressar depois de caçar a janta.

Então, o homem das cavernas grunhia um “vá brincar lá” fora acompanhado de um gesto inconfundível e assustador que o ajudava a certificar-se de que a cria compreendera a mensagem. Com esse gesto, o homem das cavernas esperava que a cria pudesse encontrar algum elefante raivoso que pisasse em suas cabeças, ou um leão faminto e sedento de vingança por ter tido seus filhotes roubados e cruelmente assassinados visando a confecção de lindas mantinhas, ou ainda, uma macaca cujos filhos foram abruptamente retirados de si e que pudesse tomar os pequenos alheios como seus filhotes (aliás, foi de uma situação semelhante que se originou o filho Mogli, mas sem a parte da pantera que já estava farta de agüentar os filhos dos outros e sugeriu que o pequeno humano retornasse as suas origens, pois seria sarcasmo demais contar uma história dessas em forma de filme para crianças).

Mas isso simplesmente nunca acontecia.

Todos os dias, o homem das cavernas mandava os pequenos irem brincar lá fora, fazia travessuras com a mulher das cavernas enquanto eles estavam a sós, e era interrompido quando os pequenos tinham se cansado e retornavam com fome para o lar.

Com a evolução do ser humano, a desculpa para fazer a cria ir brincar lá fora foi sendo aprimorada: necessidade de socialização com a cria alheia, vitamina D, exercícios extremamente benéficos a saúde, sair da frente da TV para não estragar "a vista", etc..
E, desde então, o que era um grunhido inicial foi evoluindo para expressões como “vá brincar lá fora e tomar um pouco de sol”, ou “nossa, filhinho, você está tão tristinho aqui dentro de casa, vá brincar lá fora com os seus amiguinhos”.

Mas desde a época da caverna, o motivo nunca mudou: deixar os pais em paz por alguns preciosos minutos e trazer a lembrança de um tempo que não voltará nunca mais – e ir incomodar os vizinhos e estragar o jardim das cavernas alheias (pois afinal, eu já agüento isso tudo em tempo integral, então é claro você consegue agüentar uns minutinhos, umas horinhas, só um pouquinho e me dar um descanso, né???).

A única coisa que mudou foi o cenário: hoje em dia os pequenos não enfrentam leões, nem elefantes, nem macacas; hoje em dia eles enfrentam sequestrados de crianças, motoristas embriagados e balas perdidas – se essa história se passar em certos pontos do Rio de Janeiro.

Como se vê, desde sempre os pequenos foram abençoados com um anjo da guarda mais poderoso para os protegerem dos perigos de “brincar lá fora” e os levarem até a idade adulta, para que possam continuar perpetuando a espécie e mandar sua própria cria ir brincar lá fora, e finalmente entender o que seus pais queriam com isso.